mayo 21, 2010

A ARTE DE DIZER ADEUS COM ELEGÂNCIA


(A obra ao lado chama-se IMPERMANÊNCIA de autoria de Silvio Alvarez)

Passei longos meses de transmutação... E agora retorno, creio, com fôlego renovado. Perdoem-me, aos que me acompanham, o prolongado silêncio.

Mas explico: muitas mudanças ocorreram. E isto seguramente influenciará aqui.
Me mudei de cidade e do Estado que nasci e vivi até agora, para trasladar-me para uma cidade pequena de um outro Estado, que sempre quis viver, mas creio faltava-me coragem.

E decidir seguir meu coração e sua voz, não me saiu assim tão facilmente. Custou-me esforços variados em tipos e tamanhos.
E creio, me fez melhor.

Aprendi uma grande lição que reparto aqui, para falarmos de mudanças, desapegos e doações. Coisa que ao primeiro golpe de vista, neste blog, podem parecer sem sentido. Mas vamos chegar lá, no sentido sustentável e de paz.

Segundo Shunryu Suzuki (no livro Mente Zen, mente de principiante) “impermanência ou a mudança, é o ensinamento básico do budismo. Para cada existência, a verdade básica é que tudo muda. Seja onde for, este ensinamento é verdadeiro.”
Ou em quase mesmo tom, de outro autor:
"Tudo vive em contínuo intercâmbio com o todo, transformando-se sem cessar".
Vamos ao que interessa.

Mudar sempre traz, como numa limpeza, o desfazer-se de coisas, limpar a área, abrir espaços ao novo. No meu caso, me mudei de um Estado com invernos intensos para um de praia e temperaturas elevadas. Ou seja, novo estilo de vida!

Logo, tive de reavaliar e repensar tudo o que tinha. Sim tinha, pois foi um longo processo de limpeza, para decidir o que não mais me serviria, desapego, para soltar coisas que gostava muito mas que não iriam mais ser úteis e doação, para encontrar o caminho certo para que cada uma delas fossem bem reaproveitadas.
E ao final de muito trabalho, me descobri uma pessoa melhor e mais feliz! O processo todo foi me educando a serenidade e o compartilhar... A tão falada impermanência e interdependência que falamos acima.

Ao desfazer-me de muitas coisas, fui liberando espaços mentais inclusive! E o encontrar as pessoas ou locais certos para as doações, preencheu meu coração de uma nova energia. De luz.
Me deu felicidade compartilhar minhas coisas queridas, com pessoas e locais que precisavam e as utilizariam mais e melhor do que eu, a partir daquele momento.
Doei para amigos, instituições de caridade e pessoas carentes. Em cada caso senti que fiz pessoas muito felizes, e automaticamente esta felicidade me retornou multiplicada!

Ao longo deste processo, fui ganhando novos presentes lindos da vida e novas perspectivas surgiram em meu caminho. Assim de fácil.

E o mais importante: o despedir-me de toda uma vida, entre amigos, amores, lugares, foi se tornando delicadamente fácil e não dolorosa como eu imaginava. Segura de que estava despedindo-me com elegância e para algo melhor.

O desapego me fez melhor! Apego gera sofrimento. Desapego com doação, traz alegria!

E assim chegamos ao final de mais uma história.
Mude-se! Desapegue-se! Doe-se! Seja sustentável.
A vida fica bem melhor assim.

Bjs e até já.

2 comentarios:

  1. O único apego que se deve ter, durante a estadia Terrena, é ao nosso aprendizado diário,ao crescimento espiritual, a caridade plena, a FÉ!
    E do restante... desapegue-se e mude, como a amiga Nannie.
    Bjs. a todos,
    Terê

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