marzo 07, 2013

Alma Imoral



Hoje vim apenas deixar pensamentos. Na verdade sabedoria que nos faz pensar. São trechos do livro "A Alma Imoral" de Nilton Bonder, livro e peça que recomendo com seis estrelas. Estes trechos "entrecortados" têm em si a mesma essência essencial à Alma. Pare um instante e reflita.

A consciência humana é formada desta descoberta fantástica de que nossa tarefa não é apenas a procriação, mas, nas condições certas e na medida certa, transcender a nós mesmos. Esta traição para nós mesmos, que é vital para a continuidade da espécie, gera o conceito de alma.

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Todo processo de mudança inicia-se por uma traição, o traidor é um transgressor que propõe outra lei, outra realidade, outra tradição. É impossível mudar sem se expor ao erro absoluto. A mutação é imperativa para a continuidade, portanto a traição é da ordem da transcendência.

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Temos que saber quando o correto é o correto, quando o errado é errado, e quando o bom é o bom. Mas temos que saber principalmente quando o errado é o correto, quando o correto é o errado, e quando o errado é o bom. Compreender um conceito pelo seu contrário é difícil, mas se trata de fotografar a alma.

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O surgimento do fundamentalismo em nossos tempos é com certeza uma reação legítima a um mundo que quer mudar o eixo do desígnio coletivo para o do indivíduo. Consumir em vez de reproduzir é dar maior ênfase ao meio reprodutor do que ao fim reprodutivo. É priorizar o presente em detrimento do futuro. É poluir mais do que conservar. É, em suma, ameaçar um animal e com isso o ter acuado com toda agressividade e desespero de tal condição.

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Aquele que nada vê, mas sabe o que não vê, de alguma forma vê o que não vê. Mas aquele que vê, e pensa que tudo o que vê é o que vê, mas não sabe que nem tudo que vê é o que é, de alguma forma já está vendo o que não é.


Au revoir, até já. 
(Ilustração de Kelly Vivanco) 

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